8 de agosto de 2011

“Aeroportos Regionais para o Paraná”

O setor de aviação civil brasileiro cresce a números geométricos ano a ano, e, deverá manter os índices em alta ainda nos próximos anos; mais do que dobrando o movimento atual de passageiros e de cargas.
Os “aeroportos”, por sua vez, são estratégicas ferramentas urbanas de desenvolvimento para dar suporte de ação para o Turismo; e, aos empresários, executivos e, indústrias. “São peças-chave para algumas cidades na disputa por um novo investimento e/ou para a viabilização de atividades econômicas que dependam deste modal de transportes. Podem fazer a diferença no fomento de negócios ligados ao setor turístico, através dos vôos regulares e/ou charters”.
Daí a importância de o Governo do Estado criar uma rede de Aeroportos Regionais, dotados de Equipamentos de Proteção ao Vôo (homologados para vôos por instrumentos).
Observamos no Rio Grande do Sul, na cidade de Erechim, Obras de melhorias em andamento, realizadas pelo Governo do Estado: sinalização vertical e ampliação da estação de passageiros; numa demonstração da preocupação daquele estado e, daquela cidade, com este Equipamento Público. Naquela mesma região, o Estado está investimento recursos na ampliação do aeroporto da cidade de Passo Fundo.
É importante destacar que o atual Secretário de Estado de Infraestrutura e Logística do Rio Grande do Sul – Deputado Federal BETO ALBUQUERQUE está implementando um grande trabalho na área aeroportuária do Estado; visando dotar as principais cidades de terminais aéreos equipados e preparados para operação de aeronaves de maior porte e, de jatos em particular.
Passo Fundo, por exemplo, que já recebeu importantes investimentos ao longo dos últimos anos, como: a ampliação da pista, equipamento de auxílio a pousos - decolagens e navegação VOR, caminhão bombeiro e instalação para o Corpo de Bombeiros; deverá ainda no decorrer deste ano, sofrer novas ampliações: a pista passará dos atuais 1.800 metros de extensão para 2.000 metros e, dos 30 metros de largura para 45 metros; adequando-se totalmente as operações dos aviões comerciais a jato.
Reiteramos a importância dos terminais aéreos regionais, como ponto estratégico para dar apoio aos aeronavegantes que sobrevoam o estado do sul em direção ao norte/centro oeste/sudeste e, vice-versa. Além do que, também podem ser transformados em Centros Distribuidores de Linhas Aéreas Regionais e, em casos pontuais, em Centros de Manutenção Aeronáutica para as grandes Empresas Aéreas, como é o caso de GUARAPUAVA: ofertando além da posição favorável, custos estruturais menores do que os dos grandes centros.
Assim, é imperioso para o setor de aviação civil paranaense que o Governo do Paraná programe novos investimentos nos Aeroportos do interior, a fim de que possam acompanhar a evolução do setor e dar conta das demandas futuras que deverão surgir.
É oportuno ressaltar que boa parte (a maioria) das Companhias Aéreas está padronizando as suas frotas com aeronaves movidas a jato, ou seja, isso exigirá cada vez mais a presença de estruturas aeroportuárias que possibilitem a operação destes aviões com segurança e economicidade: pistas e equipamentos de apoio.
Outro ponto a ser considerado diz respeito ao modelo do “sistema aeroportuário público” existente, que está nas mãos das Prefeituras. E estas na sua maioria, não sabem como lidar com isso. Não sabem como administrar tecnicamente um Terminal Aéreo.
Como as Prefeituras possuem outras prioridades e, ainda não compreenderam a importância deste modal para fomentar o avanço econômico regional, e a geração de novos postos de trabalho; muitos Terminais Aéreos estão “as moscas”, mal cuidados, ou cuidados de maneira completamente equivocada.
Daí a necessidade de o Governo do Estado criar um Departamento Aeroportuário parecido com o DAESP (paulista), ou com o de Minas Gerais (este estado é hoje o melhor exemplo para ser seguido); onde os Terminais Aéreos Regionais são administrados pelo Estado com o apoio das Prefeituras.
Sabemos das dificuldades estruturais nos dias de hoje para se criar um novo órgão público. Há uma tendência de se buscar a privatização, ou a terceirização de serviços públicos, e os aeroportos num primeiro momento, não fogem a regra.
Porém, é de se lembrar que estamos falando de Aeroportos interioranos, que embora tenham papel importante para o fortalecimento econômico das suas regiões e do estado, não são no curto e no médio prazo, viáveis economicamente para serem assumidos por uma Empresa Privada.
No Paraná, por exemplo, teríamos provavelmente apenas três, ou quatro Terminais Aéreos interessantes para a iniciativa privada: o Afonso Pena (São José dos Pinhais/Curitiba); José Richa (Londrina); o de Foz e, talvez, o de Maringá. Entre estes, apenas este último é municipal. Os demais pertencem a Infraero – uma estatal federal.
O tema é complexo e exige discussão.
Esta “política de estado” faria com que Obras como a do novo Aeroporto de Castro estivessem em sintonia com os novos tempos e, adequadas às demandas atuais/futuras da aviação comercial. Neste caso, está sendo construído um aeródromo com muitas limitações técnicas, em uma região desprovida de um bom aeroporto; que não poderá receber aviões do porte de um Fokker 100, de um Embraer série 100, ou de um Boeing 737.
Ou seja, o Aeroporto de Castro ainda nem foi concluído e já está defasado. E, a região dos Campos Gerais continua sem um terminal aéreo adequado, que atenda as suas necessidades.
Guarapuava por sua vez, embora possua um aeroporto equipado e homologado para vôos por instrumentos, em razão da altitude que se encontra, não pode operar aviões a jato do porte de um Boeing 737 por conta do tamanho da sua pista e do pátio de estacionamento das aeronaves. Isso compromete a possibilidade de inclusão em “escalas” e/ou a implantação de linhas específicas que utilizem aeronaves de maior porte, movidas a jato.
O Governo do Estado precisa criar uma “Política Aeroportuária Estadual”, que contemple as principais regiões com Aeroportos adequados e devidamente equipados. Que possa interagir com os órgãos de governo federal, e, com a iniciativa privada, de maneira que os investimentos aconteçam harmonicamente e em sintonia com as necessidades do mercado. Ao mesmo tempo, que possam dar o suporte necessário para fomentar novos investimentos empresariais nas respectivas regiões.
Jeferson Luís Rezende,diretor de turismo Aéreo, Terrestre e Marítimo - Forúm Paranaense de Secretários e Dirigntes de Turismo, ex-piloto de aviões। Administrador। Membro pesquisador do Núcleo de Aviação e Tecnologia da UNICENTRO e também secretário municipal de Turismo de Guarapuava, Pr.

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